Desporto

10 jogadores de futebol que já foram vitimas de racismo

Futebol e racismo não combina um com o outro. Ponto final. Não importa qual cor de pele você tem ou qual religião você pratica. Cada jogador ganha o seu sustento no campo de futebol apenas através do que faz com a bola. Hoje em dia, na sociedade progressista, é esmagador ver quantos casos de racismo de cor os jogadores de futebol precisam de lidar. O que é mais desanimador é que isso acontece sem vergonha numa esfera tão pública. Enquanto alguns clubes adotaram o pé da guerra para tentar resolver o problema, outros clubes permanecem de uma forma dececionante passivos.


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No final das contas, não é apenas o jogador que sofre de racismo, é a família, são os amigos que não são exibidos nos ecrãs da sua televisão que também partilham o seu peso. Este artigo relata alguns dos casos mais violentos e vis de abuso racista sofridos por jogadores de futebol nesta época. Não é uma lista que nos agrada particularmente em escrever, mas, como expulsar o racismo, é algo que precisa ser feito. O que nos incomoda é o grande número de exemplos que deixamos de fora deste artigo.

 

https://www.instagram.com/p/Bh7iFLCAiRO/

1. Moussa Marega

O atacante do Mali Moussa Marega tentou ser substituído numa partida da liga portuguesa contra o clube Vitória Guimarães, depois de receber muitos abusos racistas por parte dos adeptos. Marega, de facto, marcou o golo da vitória para a sua equipa e apontou para a cor da sua pele um movimento que irritou ainda mais os adeptos, a atirar assentos para ele nas arquibancadas. O técnico do Porto, Sergio Conceição, revelou após o jogo que o atacante tinha sido vítima de insultos raciais desde o aquecimento e que esse tipo de comportamento não tem lugar no futebol hoje. Marega postou um discurso forte e profano nas redes sociais, visando os fãs racistas após a partida, mas podemos realmente culpá-lo?

 

2. Romelu Lukaku

Este exemplo de racismo é provavelmente o mais flagrante que encontramos nesta época. Apenas porque foi incentivado pelos adeptos do Inter de Milão contra o seu próprio jogador. Romelu Lukaku foi submetido a cantos de macacos pelos adeptos do Cagliari num jogo fora de casa, mas em vez de condenar o abuso, um grupo da Inter ultra escreveu uma carta aberta ao jogador a tentar explicar-lhe que os cantos não eram racistas.

Se o Inter de Milão e todas as partes associadas não se reúnem para apoiar o seu jogador, não, o seu maior goleador nesta época, quem mais o fará? Uma coisa é quando os adeptos das equipas rivais o atacam. Quando os seus adeptos toleram, para onde um jogador abusado racialmente se vira?

 

3. Raheem Sterling

Raheem Sterling emergiu como “rapaz propaganda”, pelo menos na Premier League, para combater o abuso racial. Ele falou com convicção e provocou debates nos círculos dos media com a intenção de consciencializar sobre o assunto.

Como tal, foi desconcertante que ele não tenha se manifestado contra os seus próprios adeptos, os adeptos do Manchester City, quando foram culpados de provocar o meio-campo do Manchester United, Fred, com cantos de macaco, durante o derby de Dezembro. Não só isso, a peça foi interrompida brevemente quando os fãs começaram a atacar Fred com isqueiros enquanto ele se alinhava para fazer uma curva.

Após a partida, muitas pessoas esperavam que Raheem Sterling criticasse os fãs envolvidos e as suas ações. Afinal, ele já tinha estabelecido um precedente para falar sobre casos de racismo. O seu silêncio, no entanto, falou mais alto que a sua inação. Não se pode deixar de sentir que chamar os adeptos da sua própria equipa e que também, a favor de um jogador do Manchester United, ajudaria a transmitir a sua mensagem de maneira muito mais forte.

 

https://www.instagram.com/p/B8bKNz_HOtp/

4. Daniel Alves

Daniel Alves reagiu como alvo de um jogo de banana num jogo contra o Villarreal, no estádio El Madrigal. Afinal, o que fez o lateral brasileiro que na altura jogava no FC Barcelona? Apanhou uma banana, comeu-a e ainda não agradou pelo gesto, num tom irónico. “Incidente com uma banana?” “Estou em Espanha há mais de um ano e isto acontece desde o início. Há que rir desses adeptos retardados. Não sei quem atirou a banana, contudo tenho que agradecer, pois deu-me energia para outros dois cruzamentos que acabaram em golos”, afirmou Daniel Alves no fim do jogo. A verdade é que fez duas assistências para golo após o incidente.

 

https://www.instagram.com/p/1iq5q2PmAP/

5. Yaya Touré

O jogador foi vítima de racismo num encontro do Manchester City frente ao CSKA Moscovo, partida na qual sempre que o médio marfinense tocava na bola eram entoados sons de macacos nas bancadas da equipa russa. “Foi muito decepcionante. Foi inacreditável. Muito, muito triste. Alguns dos cânticos no jogo, no meio dos adeptos, foram realmente estúpidos. Acho que a UEFA tem que fazer alguma coisa para parar com isto. A UEFA poderia fechar o estádio durante alguns anos. Como um jogador africano, é sempre triste ouvir algo assim”, proferiu Yaya Touré à comunicação social depois do encontro.

 

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    https://www.instagram.com/p/B7v8cpql8gr/

    6. Samuel Eto’o

    Samuel Eto’o foi um dos maiores jogadores do FC Barcelona e foi precisamente no clube catalão que teve uma das páginas mais importantes da carreira. Tudo devido ao racismo. O avançado camaronês jogou como emblema da cidade entre 2004 e 2009 e foi vítima de cânticos racistas, por parte de adeptos de clubes rivais, o jogo contra o Real Saragoça, o Getafe CF e o Racing Santander. Mais recentemente, quando representava Anzhi, era alvo de adeptos do próprio clube, a proferirem que era filho de macacos quando tocava bola.

     

    7. Sulley Muntari

    Em Abril de 2017, Sulley Muntari abandonou ou renunciou a meio de um encontro entre Pescara e Cagliari, a partir da 34ª jornada da Liga Italiana de 2016/2017, devido a músicas racistas entoadas das bancadas. O ganho médio ainda solicitou uma interrupção do jogo, a uma equipa de arbitragem, porém sem sucesso, pelo que foi o próprio a tomar uma iniciativa e sair pelo próprio pé do campo. “Muntari ouviu insultos racistas e solicitou que alguém interviesse. Pensaram que ele teve razão e fez bem em abandonar o campo”, foram as palavras do treinador do Pescara, Zdenek Zeman, no final da partida.

     

    8. Roberto Carlos

    Um jogador que tem um legado como poucos. É este o estatuto que Roberto Carlos deixou no futebol mundial, principalmente pelo tempo que passou no Real Madrid e por quem conquistou uma seleção brasileira. Ainda assim, em 2011, foi exibido o Anzhi, que era o lateral esquerdo anterior, que foi registado como raciocínio direcionado a ele, por duas vezes. Primeiro, em Março de 2011, contra o Zenit, quando os adeptos adversários atiraram bananas a Roberto Carlos. Três meses depois, noutro jogo diante de Krylya Sovetov, depois de mais uma vez ser recebido com bananas por parte dos adeptos.

     

    9. Kevin Prince-Boateng

    O racismo também aconteceu em jogos particulares. Num encontro amigável entre o Milão e Pro Patria, em 2013, Kevin Prince-Boateng foi alvo de cânticos racistas por parte dos adeptos adversários. O que fez o ganês? Rematou uma bola para as bancadas, tirou a camisola e abandonou o jogo a meio, tendo se recusado a voltar para o campo. O encontro foi cancelado e Boateng voltou ao Twitter para deixar uma mensagem. “É uma vergonha que essas coisas ainda aconteçam. O racismo tem que acabar, para sempre ”, podemos ler no Twitter do jogador.

     

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    10. Hulk

    O Hulk também ficou marcado na história do futebol português, como uma das principais figuras, pelo FC Porto, mas também por um episódio em que foi vítima de racismo clássico. Na 21ª jornada da Primeira Liga de 2011/2012, em pleno Estádio da Luz, tal como revelou o próprio jogador brasileiro. “Só uma vez num jogo contra o Benfica. Os adeptos fizeram aquele barulho, a imitarem filhos de macaco, no entanto eu fiz um golo e calei o estádio. Quando assistimos a comportamentos como estes, ficamos tristes ”, afirmou Hulk numa entrevista ao Globo Esporte. O internacional brasileiro contou outra história de que não chegou a ser alvo dessa situação na Rússia, quando não estava no Zenit, mas que existem vários exemplos assim. “Se eu dissesse que não vi isso acontecer na Rússia, com outros jogadores, seria hipócrita. É chato. São pessoas sem noção, com uma mentalidade pequena. ”

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