Cultura

10 escritores japoneses que deve ler pelo menos uma obra

Literatura Japonesa

 

No passado dia 5 de Outubro a Academia Sueca atribuiu o terceiro Prémio Nobel da literatura a um escritor japonês, caindo a escolha em Kasuo Ishiguro, autor de interessantes livros como Noturnos, Os Despojos do Dia e o Gigante Enterrado. Dado a literatura japonesa ser uma das mais belas e fantásticas do mundo, quer pela sua riqueza de linguagem, quer pela densidade e profundidade das suas narrativas e também pela sua grande criatividade, o melhor de 10 não conseguiu resistir à ideia de falar sobre 10 grande escritores que de algum modo marcaram a literatura japonesa.

 

[terceiroNetLucro]

 

1. Matsuo Bashõ

Matsuo Basho

Matsuo Bashō, nasceu em Tóquio, no ano de 1644, tendo falecido em Osaka a 28 de novembro de 1694).

Foi o poeta mais famoso do período Edo no Japão, tendo sido grandemente reconhecido pelos seus trabalhos, colaborando com a forma haikai no renga.

Atualmente, é reconhecido como um mestre da sucinta e clara forma haikai, sendo a sua poesia reconhecida internacionalmente. No Japão muitos dos seus poemas são reproduzidos em monumentos e locais tradicionais.

Bashõ foi também responsável por estabelecer os cânones do tradicional haikai japonês.

Bashō ganhou a vida como professor, tendo, contudo, renunciado à vida urbana e social dos círculos literários e optou por viajar por todo o país, rumo ao oeste, leste e ao deserto do norte para ganhar inspiração para seus escritos e haikus.

Os seus poemas são influenciados pelas experiências vividas no mundo, sendo comum, muitas vezes englobarem o sentimento sobre determinado acontecimento, em poucos elementos simples.

Matsuo Basho

2. Natsume Soseki

Natsume Soseki

Natsume Soseki, pseudônimo de Natsume Kinnosuke, nasceu a 9 de fevereiro de 1867 , tendo falecido em 9 de Dezembro de 1916) e foi um escritor e filósofo japonês da era Meiji. Nasceu numa família de samurais em Edo, atualmente Tóquio, a capital do Japão. Aos dois anos os seus pais entregaram-no a outra família, voltando apenas quando tinha nove anos. Perdeu a mãe aos catorze.

Desenvolveu um grande interesse pela literatura tradicional chinesa desde a infância, tendo ingressado, aos 23 anos, na Universidade Imperial, que é atualmente a Universidade de Tóquio, para estudar literatura inglesa. Anteriormente começou a leccionar inglês na Escola Especializada de Tóquio (hoje é a Universidade Waseda), sendo também nesta altura que começou a assinar os seus escritos com o nome “Soseki” – que, em chinês, significa “incômodo”. Sucessivas crises nervosas fazem-no abandonar Tóquio e o prestigioso cargo que possuía, tendo-se estabelecido em Ehime (Shikoku), numa escola secundária. Em 1900, vai estudar para Inglaterra, como bolsista do Ministério da Educação, literatura e ensino da língua inglesa. Em plena crise depressiva, retorna ao Japão em 1903, retomando a sua actividade de professor.

A sua estreia oficial na escrita foi com “Wagahai wa neko de aru” [Eu sou um gato] em 1905, sendo alvo de uma notável recepção de crítica e público. Dois anos depois, abandona o ensino dedicando-se unicamente à literatura e começa a ser colaborador exclusivo do diário Asahi Shimbun.

Em 1910 surge a sua primeira crise de úlcera, que seria uma das complicações que o levariam à morte em 09 de Dezembro de 1916, na capital japonesa.

Foi autor de 14 romances, entre os quais se destacam “Botchan” (1906), Sanshiro (1908), “Sorekara” (E depois) (1909), “Mon” (Portão) (1910), “Kokoro” (Coração) (1914) e “Michikusa” (O capim ao lado do caminho) (1915).

Os seus livros não se encontram traduzidos para Português de Portugal.

Livros Soseki

3. Ryunosuke Akutagawa

Ryunosuke Akutagawa

Ryūnosuke Akutagawa, nascido a 1 de março de 1892 em Tóquio e morreu a 24 de julho de 1927, foi um escritor japonês do período Taishō. Recebeu o nome de “Ryūnosuke” (“Filho Dragão”), uma vez que nasceu no ano do Dragão, no mês do Dragão, no dia do Dragão, e na Hora do Dragão. Visto que a sua mãe enlouqueceu depois do seu nascimento, foi adotado e criado pelo tio materno, Akutagawa Dōshō, que lhe atribuiu o nome de família Akutagawa.

Começou a demonstrar interesse pela literatura chinesa clássica desde a mais tenra idade, e também pelos trabalhos de Mori Ōgai e Natsume Sōseki, ambos populares durante sua infância. É considerado o “Pai do conto japonês”, sendo célebre pelo seu estilo de histórias ricas em detalhes que exploram o lado negro da natureza humana. Ingressou na Primeira Escola Superior em 1910, conhecendo  Kan Kikuchi, Kume Masao, Yamamoto Yūzō e Tsuchiya Bunmei, que também seriam, posteriormente, autores famosos. Iniciou a sua actividade na escrita na Universidade Imperial de Tóquio em 1913, onde estudou literatura inglesa.

Em 1916 ficou noivo de Fumi Tsukamoto, com quem casou em 1918 e teve três filhos: Hiroshi Akutagawa (1920-1981) foi um ator famoso, Takashi Akutagawa (1922-1945) foi morto quando um recruta estudante na Birmânia, e Yasushi Akutagawa (1925-1989) um compositor famoso.

Em 1915, Akutagawa publica o seu primeiro conto “Rashōmon”,  história baseada num conto do século XII, com um profundo drama psicológico, no ano seguinte na revista literária Teikoku Bungaku (“Literatura Imperial”), quando ainda era estudante. Este conto foi muito criticado e mesmo descartado pelo mundo literário, exectuando o famoso autor Natsume Sōseki. Foi devido a este apoio que Akutagawa considerou Sōseki como seu mestre, e começou a visitar o autor nas reuniões do seu círculo literário. Foi também nesta época que ele começou a escrever haikus sob o haigo (nome literário) Gaki. A frequência das reuniões do grupo de Soseki conduziram-no a escrever Hana (“O Nariz”, 1916),  seguindo-se uma série de contos que decorrem no Japão do período Heian, período Edo e início do período Meiji, e baseados nos temas do egoísmo e do valor da arte.  Como exemplos destas histórias temos Gesaku zanmai (“Uma Vida Devotada a Gesaku”, 1917), Kareno-shō (“Colheita de um Campo Definhado”, 1918), Jigoku hen (“Tela do Inferno”, 1918); Hokōnin no shi (“A Morte de um Cristão”, 1918) e Butōkai (“O Baile”, 1920).

Akutagawa opôs-se ao naturalismo, que dominava a ficção japonesa no início do século XX, e continuou a inspirar-se em contos antigos, conferindo-se lhes, porém, uma interpretação complexa moderna. Contudo, posteriormente, tendo em conta o sucesso de histórias como Mikan (“Mexirica”, 1919) e Aki (“Outono”, 1920) começou a escrever cada vez mais utilizando uma escrita mais moderna. Mais para o fim da sua carreira literária a saúde mental de Akutagawa começou a deteriorizar-se, sendo, como tal, grande parte do seu trabalho desta época claramente autobiográfico, como as obras Daidōji Shinsuke no hansei (“A Juventude de Daidōji Shinsuke”, 1925) e Tenkibo (“Registro de Morte”, 1926), que são muito  introspectivas e refletem a sua depressão e crescente impaciência com o deterioramento de seu estado mental. Os seus últimos trabalhos foram: Kappa (1927), uma sátira baseada numa criatura do folclore japonês, Haguruma (“Roda Dentada”, 1927), uma história de terror baseada numa mente sensível que perde gradualmente o senso de realidade, Aru ahō no isshō (“A Vida de um Idiota”), e o Bungeiteki na, amari ni bungeiteki na (“Literário, Literário Demais”, 1927) que revelam muito sobre o seu estado psicológico final.

Cometeu suicídio aos 35 anos de overdose de veronal.

Rashomon e outros contos - Cavalo de Ferro

4. Yasunari Kawabata

Yasunari Kawabata

Yasunari Kawabata (Osaka, 11 de junho de 1899 — Kamakura, Kanagawa, 16 de abril de 1972) foi um escritor japonês e o primeiro de seu país a ser galardoado com o Prémio Nobel de Literatura, em 1968.

Desde muito cedo que Kawabata foi marcado desde por diversos acontecimentos trágicos e pela solidão. Tornou -se órfão de ambos os pais com apenas quatro anos de idade, e foi criado no campo por seus avós paternos. Tinha uma irmã mais velha, que foi entregue aos cuidados de uma tia, que so viria a conhecer, mais tarde, em julho de 1909, com dez anos de idade, e ela veio a falecer no ano seguinte. Com sete anos (setembro de 1906) perdeu sua avó e, com catorze anos (maio de 1914), o avô. Já sem pais e parentes mais próximos foi viver com a familia da sua mãe, os Kurodas,.

Tornou-se escritor, quando frequentava o liceu, após escrever alguns contos.  O seu primeiro romance foi Yukiguni (“Terra de Neve” em Portugal e “O país das neves” no Brasil), começado em 1934 e publicado gradualmente de 1935 a 1937. Este livro baseia-se na história de amor entre um homem diletante e sem grande sentido de vida, de Tóquio, e uma gueixa de uma povoação remota, onde este encontra um refúgio do stress da sua vida citadina. Foi com esta obra que Kawabata se tornou um dos escritores japoneses mais importantes e promissores, sendo este seu clássico considerado uma das suas mais importantes obras. Iniciou em 1949 a série “Mil Garças”, em que constam o célebre Senbazuru (“Nuvens de Pássaros Brancos”), e Yama no Oto (“O Som da Montanha”). Outras importantes obras suas são Nemurero Bijo (“A Casa das Belas Adormecidas”), Utsukushisa to Kanashimi to (“Beleza e Tristeza”) e Koto (“Kyoto” em Portugal). No entanto o romance que Kawabata considerava ser o seu melhor foi Meijin, publicado entre 1951 e 1954.

Numa fase inicial, este escritor começou a fazer experiências com técnicas surrealistas, tornando-se gradualmente impressionista, combinando a estética japonesa com narrativas psicológicas e erotismo. O seu estilo de escrita distingue-se por uma linguagem suave, mais abstracta que descritiva, onde predomina a subjectividade em relação à objectividade, aproximando-se muitas vezes da prosa poética. A solidão, a angústia da morte e a atracão pela psicologia feminina foram seus temas constantes.

Kawabata foi ainda membro da Academia Imperial e presidente do Pen Club do Japão. Ao receber o Nobel de Literatura de 1968, discursou sobre o suicídio, condenando-o e lembrando vários amigos escritores que haviam morrido dessa forma. Em 1972, porém, em meio a um surto depressivo suicidou-se, em Zushi, perto de Yokohama.

Kawabata - Terra da Neve, O chã e amor, A casa das belas adormecidas

 

5. Yasushi Inoue

Yasushi Inoue

Yasushi Inoue, nasceu a 6 de Maio de 1907 e morreu a 29 de Janeiro de 1991, e foi um escritor japonês de poesia, contos, ensaios e novelas.

Inoue tornou-se famoso pela sua ficção histórica sobre o antigo Japão e o continente Asiático, com obras como “Futo” (Wind and Waves), “Tonko” (Tun.Huang) e “Koshi” (Confucius). O seu trabalho também inclui novelas semi autobiográficas e contos de humor, pathos e sabedoria, como “Shirobanba” (Shirombamba) e “Asunaro Monogatari”.

Inoue começou a sua carreira literária relativamente tarde, aos 42 anos, quando publicou, em 1949, os seus primeiros trabalhos, as duas novelas “Ryoju” (The Hunting Gun) e “Togyu” (The bullfight), este ultimo, com o qual ganhou o prémio literário Akutagawa Prize.

O seu longo trabalho “Tenpyo no Iraka” (The roof tile of Tempyo) aborda a arte da antiga china, enquanto “Roran” (Lou lan) e “Kozui” (The flood) são pequenas novelas sobre a china. Apesar de escrever novelas e pequenas histórias, estas são muito autênticas, uma vez que foram escritas tendo em conta uma vasta pesquisa e referências históricas. Mesmo as suas personagens são fortemente baseadas em personagens históricas.

Também é importante destacar as suas obras “Aoki Okamo” (The blue wolf), novela sobre Genhis Khan e que deu origem ao filme Genghis de 2007, e também, anteriormente, o seu “Furin Kazam” (The Samurai banner of Furin Kazam) que serviu de argumento para o filme, de 1969, The Samurai banner of Furin Kazam.

As suas obras não se encontram editadas em Português.

Yasushi Inoue - livros

6. Yukio Mishima

Yukio Mishima era o nome artístico utilizado de Kimitake Hiraoka, que nasceu na capital do Japão em 1925, onde teve uma infância problemática marcada por eventos, que mais tarde influenciariam fortemente a sua literatura. Ainda criança foi separado dos seus pais e passou a viver com a avó paterna, uma aristocrata ainda ligada à Era Tokugawa. A avó mal deixava a criança sair da sua vista, de forma que Kimitake teve uma infância isolada. Muitos biógrafos de Mishima acreditam ser nesta altura que desenvolveu o seu interesse pelo Kabuki e a sua obsessão pelo tema da morte.

Aos doze anos Kimitake voltou a viver com os pais e começou a escrever as suas primeiras histórias. Matriculou-se num colégio de elite em Tóquio. Seis anos depois, publicou numa revista literária um conto que posteriormente foi editado em livro. O seu pai, um funcionário burocrático do governo, era totalmente contra suas pretensões literárias. Nessa época adoptou o pseudónimo Yukio Mishima, em parte para esconder os seus trabalhos literários do pai. Foi recrutado pelas forças japonesas durante a Segunda Guerra Mundial, embora tenha ficado de fora das linhas de frente por motivos físicos e de saúde

Mishima tinha 24 anos quando publicou “Confissões de Uma Máscara”, uma história, considerada autobiográfica, sobre um jovem talento homossexual que precisava se esconder atrás de uma máscara para evitar a sociedade. O romance teve um tremendo sucesso literário, o que levou Mishima a um estado de celebridade.

Yukio Mishima concorreu a três Prêmios Nobel de literatura, sendo o último deles concedido a seu amigo, Yasunari Kawabata, que o introduziu aos círculos literários de Tóquio nos anos 40.

Em 25 de Novembro de 1970, Yukio Mishima, acompanhado de 4 membros do Tatenokai, renderam o comandante do quartel general das Forças de Autodefesa japonesas em Tóquio. Ele realizou um discurso patriótico na tentativa de persuadir os soldados do quartel a restituírem ao Imperador os seus poderes. Porém, dada a indiferença dos soldados, Yukio Mishima cometeu seppuku, sendo assistido por Hiroyasu Koga, uma vez que Masakatsu Morita falhou no momento final.

“A vida humana é finita mas eu gostaria de viver para sempre”, escreveu Mishima na manhã antes da sua morte.

Escreveu mais de 40 novelas, poemas, ensaios e peças modernas de teatro Kabuki e Nô. Da sua obra destacam-se o seu primeiro livro ” As confissões de uma máscara”, “Cores Proibidas”, “Templo Dourado”, “O marinheiro que perdeu as graças do mar”, e “Morte no Verão”.

Yulio Mishima - livros

7. Kenzaburo Oe

Kenzaburo Oe

Ōe nasceu em Ōse , uma vila pertencente a Uchiko, na província de Ehime, em Shikoku. Era o terceiro mais velho de um total de sete irmãos. Aprendeu arte e lírica com a avó, que morreu em 1944, no mesmo ano em que o seu pai morreu na Guerra do Pacífico. A mãe de Ōe tornou-se a sua principal fonte de educação e comprava-lhe livros como “As Aventuras de Huckleberry Finn” de Mark Twain ou “A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson através da Suécia” de Selma Lageroff, cujo impacto o marcou profundamente.

Frequentou a escola secundária em Matsuyama e aos 18 fez a primeira viagem a Tóquio e no ano seguinte começou, na Universidade de Tóquio, a estudar Literatura Francesa, orientado pelo professor Kazuo Watanabe, um especialista em François Rabelais. Ōe publicou as suas primeiras histórias em 1957, enquanto estudante, muito influenciado pela escrita contemporânea francesa e americana.

Ōe reside em Tóquio e tem três filhos. O mais velho, Hikari, tem uma doença mental desde o nascimento em 1963 e a sua condição tem sido um tema recorrente na escrita de Ōe.

Em 1961, as suas novelas “Dezassete” e “A Morte de um Jovem Político” foram publicadas por uma revista literária japonesa, ambas inspiradas no jovem de dezassete anos Yamaguchi Otoya, que assassinou o presidente do Partido Socialista Japonês em 1960, suicidando-se na prisão três semanas depois. Yamaguchi tinha vários admiradores de extrema direita que mostraram o seu desagrado com a publicação de “A Morte de um Jovem Político”, e tanto Ōe como a redacção da revista receberam ameaças de morte constantes durante semanas. Apesar de a revista ter emitido um pedido de desculpas através de um comunicado, Ōe nunca o fez. A história não voltou a ser impressa e nunca foi traduzida.

Em 1994 foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura e foi nomeado para a Ordem da Cultura. Recusou este último mérito por ser concedido pelo Imperador, tendo mesmo dito: “Eu não reconheço qualquer autoridade ou valor superior à democracia.” Mais uma vez, foi alvo de ameaças.

Também recebeu outros importantes prémios como o Akutagawa prize (1958)  o Order of Culture (1994) (que recusou) e o legion of honor (2002). Também em 2006 surgiu o prémio com o seu nome (Kenzaburo Oe Prize), cujos livros são selecionados e premiados unicamente pelo escritor.

São de destacar as suas obras  “Não matem o bébe” (1994), “Um eco do céu” (1998), “Uma questão pessoal” (2003) e “As regras do Tagame” (2012).

Kenzaburo Oé - livros

8. Haruki Murakami

Haruki Murakami

Haruki Murakami nasceu em Kioto no Japão, durante o baby boom que surgiu após a segunda guerra mundial e cresceu em Shukugawa, Ashya e Kobe. É filho único e o seu pai foi filho de um padre budista e a sua mãe filha de um mercador de Osaka.

Desde novo que Murakami sempre apresentou fortes semelhanças com Kobo Abe e foi fortemente influenciado pela cultura ocidental, assim como pela música e literatura russa. Cresceu a ler uma serie de livros de escritores ocidentais como Franz Kafka, Gusltave Flaubert, Charles Dickens, Kurt Vonnegut, Fyodor Dostoevski, Richard Bratutigan e Jack Kerouac, e foram todas estas influências que o distinguiram da maioria dos outros escritores japoneses.

Os seus livros e histórias tem sido bestsellers, quer no japão, quer no resto do mundo, e estão traduzidos em cerca de 50 diferentes linguas. A sua ficção e não ficção tem ganho inúmeros prémios, tais como o Word Fantasy Ward (2006), o rank O’Connor International Short Story Award (2006), o Franz Kafka Prize (2006) e o the Jerusalem Prize (2009).

Dos seus trabalhos destacam-se Wild Sheep Chase (1982), Norwegian Wood (1987), The Wind-Up Bird Chronicle (1994–95), Kafka on the Shore (2002), and 1Q84 (2009–10).

A sua escrita é frequentemente considerada como extremamente surrealista, melancólica e fatalista e muito marcada pela escrita e temas correntes na escrita de Kafka como os sentimentos de alienação existencial e a solidão.

Também é interessante o facto de alguns críticos literários como Susan Fisher relacionarem a obra de Murakami com aspectos do Xamanismo, como alguns elementos presentes na sua obra The Wind-Up Bird Chronicle. Em Outubro de 2013, um professor japonês Nobuko Ochner chegou mesmo a referir que existem nos livros de Murakami muitas descrições de viagens a mundos paralelos assim como personagens com fortes ligações ao xamanismo.

Haruki Murakami - livros

9. Kasuo Hishiguro

Kazuo Ishiguro

Kasuo Ishiguro, nascido a 8 de Novembro de 1954 é o mais recente escritor japonês prémio nobel da literatura, ganho em Outubro do presente ano de 2017. Escritor de novelas, argumentos de cinema, e contos, nasceu em Nagasaki, Japão, e emigrou em 1960, juntamente com a sua família, para Londres quando tinha 5 anos. Formou-se em Inglês e Filosofia, no ano de 1978, na Universidade de Kent e fez o seu mestrado em escrita criativa na Universidade do Este de Inglaterra, em 1980.

É considerado um dos melhores e mais consagrados autores de ficção contemporânea em língua inglesa, tendo recebido quatro nomeações para o Man Booker Prize, e ganho este mesmo prémio em 1980 pela sua obra The Remains of the Day (Em Português, Os Despojos do Dia). Em 2005, a sua novela Never let me go (em português Nunca me Deixes) foi considerada como uma das melhores novelas de todos os tempos, fazendo parte da lista das 100 melhores novelas escritas em língua inglesa de 1923 a 2005. O facto de ter crescido num família japonesa no Reino Unido foi crucial para a sua escrita, o que, tal como diz, lhe permitiu observar as coisas de um perspectiva diferente de muito dos seus colegas ingleses.

Encontra-se traduzido em mais de 28 países

Tem como grandes obras os seus contos em “Noturnos”, os fantásticos romances “Nunca me deixes” e “Os despojos do dia” e também o mais recente “O Gigante Enterrado”.

Fez argumentos para os filmes ” A profile of Arthur J Mason”, “The Gourmet”, “The Saddest music in the world” e “The white Countess”.

PRÉMIO NOBEL 2017 KAZUO ISHIGURO - livros

 

 

10. Yoko Ogawa

Yoko Ogawa

Yoko Ogawa nasceu a 30 de Março de 1962 em Okayama, Japão, tendo-se formado na Universidade de Waseda, e vive em Ashya com o seu marido e filho.

Desde 1988 que Ogawa tem publicado mais de 14 trabalhos de ficção e não ficção. Em 2006 escreveu conjuntamente com Masahiko Fujiwara, o deslumbrante “An Introduction to the World’s Most Elegant Mathematics” que consiste num fantástico diálogo sobre a beleza dos números.

Os seus trabalhos são muito focados na acumulação de detalhes, uma técnica que utiliza com maior frequência nos seus trabalhos mais curtos. Os leitores são expostos a um conjunto de descrições mais acutilantes dos protagonistas da trama, que são na sua maioria do sexo feminino, e que se baseiam nas observações, sentimentos, assim como nas suas alienadas auto-observações, procurando essencialmente reflectir a sociedade japonesa e o papel que a mulher tem na mesma. A maioria dos temas dos seus livros variam entre o humor surreal e grotesco e uma grande ambiguidade própria de distúrbios psicológicos.

Os seus livros também deram origem a filmes, como o filme Francês L’Annulaire (The Ringfinger), de 2005, e o filme “The Professor’s Beloved Equation (Hakase no aishita sushiki), de 2006, baseado na sua novela “The Housekeeper and the Professor”.

Recebeu diversos prémios como o Akutagawa prize, pela sua obra “Pregnancy Calendar”, e mais recentemente o Shirley Jackson Award pelo seu livro “The Diving Pool” e o Independent Foreign Fiction Prize com “Revenge: Eleven Dark Tales”.

Em Português encontram-se publicados “Hotel Íris” e “A magia dos números”.

Yoko Ogawa - livros

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